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Comunicação de risco

Vias de exposição humana

A exposição a A. precatorius dá-se maioritariamente de uma forma propositada.[24] A forma mais comum de envenenamento é por via oral. [7,8] A ingestão de sementes, quer propositada quer não intencional, é a maior causa de envenenamentos por esta planta.[3] No entanto, no caso de as sementes serem mastigadas, a sua toxicidade é muito maior, pois há libertação do conteúdo das mesmas, que é rico em abrina, enquanto que as sementes ingeridas inteiras normalmente passam pelo sistema digestivo intactas. [3,7,8]

Por outro lado, o envenenamento por via parenteral, usado para homicídios em vários países no início do século XX, era obtido através da formação de uma pasta com as sementes que posteriormente era misturada com água. Era depois incorporada em agulhas e espetada na pele das vítimas.[8]

Quanto à via inalatória, não há casos reportados de toxicidade em humanos.[1]

Por último, quando aplicada nos olhos, a abrina causa inflamação severa da conjuntiva, levando à necrose dos tecidos.[8,9]

O que fazer no caso de exposição à abrina

Afaste-se da zona em que a abrina foi libertada, preferencialmente, uma zona ao ar livre.

Se pensa ter sido exposto à abrina, deve remover as suas roupas, rapidamente lavar todo o corpo com água abundante a sabão e procurar cuidados médicos o mais rapidamente possível.

 

 - Remover a roupa

Rapidamente remover a roupa que possa conter abrina. Qualquer peça de roupa que tenha de ser retirada pela cabeça deve ser cortada ao invés de puxada.

 

- Lavar-se

Lavar o corpo com água abundante e sabão.

Se tiver os olhos a arder ou a visão turva, lave os olhos com água abundante durante 10-15 minutos. Se usar lentes de contacto retire-as imediatamente e junte-as à roupa contaminada. Não volte a colocar a lentes de contacto (mesmo que estas não sejam descartáveis).

 

- Descartamento das roupas

Depois de retirar a roupa, insira-a dentro de um saco plástico, evitando tocar nas zonas contaminadas. Tudo o que tiver contactado com as roupas contaminadas deve também ser colocado no mesmo saco.

Sele o saco e coloque-o dentro de outro saco plástico, também este selado.

Não os manuseie. Informe os agentes acerca dos sacos.

 

- Se alguém engoliu abrina, não provoque o vómito nem permita que beba nada. Procure ajuda médica imediatamente.[24]

Sintomas

Os sintomas de envenenamento por abrina por via oral aparecem por norma 1 a 3 dias após a ingestão e incluem primariamente náuseas, diarreia, dor abdominal e cólicas, que podem ser seguidas por sangramento gastrointestinal com diarreias sanguinolentas e/ou emese.[24] Numa segunda fase, os pacientes podem exibir taquicardia, dores de cabeça, pupilas dilatadas, irracionalidade, halucinações e fadiga excessiva. Foram também reportados casos em que os pacientes apresentavam espasmos musculares, tremores, ataques epiléticos e febre. Para além destes, há casos de pacientes com sintomas atípicos como hipertensão e taquicardia. [7,8,9]

Antídoto

Não existe antídoto conhecido para o envenenamento por esta planta, sendo importante expulsar as toxinas ingeridas o mais rapidamente possível.[S] Sabe-se no entanto que no caso de haver envenenamento, se a morte não ocorrer num espaço de 2-3 dias, há fortes possibilidades de recuperação total ou quase total.[1]

Crianças

As crianças são o público mais suscetível ao envenenamento por esta planta, principalmente pelas sementes da mesma, devido à falta de consciencialização para o perigo que esta representa. Para além disso, como há brinquedos contendo as sementes de A. precatorius, que já por si, devido às suas cores exuberantes, são apelativas, há assim um risco aumentado da ingestão das mesmas, podendo estas levar a intoxicações e envenenamentos.

No entanto, é ainda de salientar que as sementes intactas apresentam uma toxicidade muito inferior às danificadas (mastigadas, pulverizadas, ...). [8]

Assim, os brinquedos contendo estas sementes são altamente desaconselhados.

Cuidados a ter

A maioria das mortes por abrina deve-se à ingestão acidental das sementes de A. precatorius.[1]

Deve ter-se em atenção a bijuteria e outros objetos que contenham esta planta, principalmente as suas sementes. É necessária especial atenção com as crianças devido à sua propensão para a ingestão de objetos estranhos.

No processo de fabrico de objetos com A. precatorius é necessário ter em atenção as picadas com agulhas com as quais se furam as sementes pois podem conter doses de abrina muito elevadas, havendo inclusivamente casos de morte devido a picadas deste tipo. [1,8] (ver vias de exposição humana).

© 2014 por Ana Reis, Francisco Fonseca e Liliana Fernandes através de  Wix.com

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