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Farmacologia

As plantas da espécie Abrus precatorius, nomeadamente as suas folhas e as sementes, apresentam compostos que lhes conferem uma enorme variedade de ações farmacológicas.

As folhas são constituídas essencialmente por glicirrizina, triterpenos livres, os abrusósidos A a D, glicósidos triterpénicos (sendo a genina a abrusogenina), bem como a substância tóxica abrina, mas em quantidades inferiores às sementes. Algumas das ações farmacológicas a destacar são:[11,12]

Ação broncodilatadora

O extrato metanólico das folhas de A. precatorius exibiu, em modelos in vivo e in vitro usando porquinhos-da-Índia, atividade relaxante muscular, com um efeito comparável ao salbutamol.

Ação antiespasmódica

O extrato etanólico de folhas secas a 95% mostrou atividade a nível do diafragma, aquando da estimulação do nervo frénico.

Ação hipoglicemiante

O extrato das folhas mostrou diminuição dos níveis sanguíneos de glicose em ratos albinos Winstar.

Ação anti-bacteriana

O extrato etanólico e aquoso mostraram inibição do crescimento em placa das bactérias Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Bacillus subtilis e Pseudomonas aeruginosa, sendo o S. aureus o mais sensível e o extrato etanólico o mais eficaz.

Ação anti-inflamatória

Usando ratos com artrite como modelo, o extrato aquoso das folhas da planta mostrou uma diminuição no edema nas patas dos animais.

Quanto às sementes, estas possuem na sua constituição a proteína tóxica abrina (contituída pelas cadeias A, B e C), lectinas, L-abrina, aglutinina, hiaforina, precatorina, abruquinonas A a F, saponinas triterpénicas 1 e 2 e os aminoácidos essenciais com a exceção da cistina e da treonina. Tal como as folhas, apresenta um vasto número de aplicações, sendo de destacar: [12,13]

Ação antidiabética 

O extrato clorofórmico - metanólico das sementes, com concentração de 50mg/Kg, mostrou uma redução dos níveis de glicose com resultados comparáveis aos da clorpropamida.

Ação antiagregante plaquetária

As abruquinonas impedem a agregação plaquetária mediada pelo ácido araquidónico.

Ação anti-cancerígena 

O extrato proteico obtido a partir das sementes de A. precatorius mostrou um efeito citotóxico em células tumorais de ratos com sarcoma de Yoshida, demonstrado por vacuolização, disrupção do citoplasma e anormalidades cromossómicas. A aglutinina purificada, obtida das sementes desta espécie, mostrou também elevada atividade anti-tumoral. A injeção de 7,5μg/Kg durante 10 dias a ratos com tumores sólidos induzidos exibiu uma redução do volume do tumor.

Ação anti-alérgica e anti-inflamatória 

Concedida pelas quinonas A, B, D e F, que conseguem impedir a formação de superóxido (0,3μg/ml) e inibir a libertação de histamina, lisozima e β-glucoronidase (menos que 1μg/ml).

As raízes e as partes aéreas possuem também compostos com ações farmacológicas semelhantes às apresentadas anteriormente.

© 2014 por Ana Reis, Francisco Fonseca e Liliana Fernandes através de  Wix.com

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